quinta-feira, 30 de abril de 2015

Educação inclusiva tem peso variável e opcional nos cursos de professores

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Educação inclusiva tem peso variável e opcional nos cursos de professores

*Lusa* 29 Abr, 2015, 08:05


A componente curricular dedicada à educação inclusiva de crianças
com necessidades educativas especiais ou imigrantes tem um peso
variável, e por vezes um caráter opcional, nos cursos de formação
inicial de professores, aponta um estudo da Universidade Nova de Lisboa.

O estudo "Formação Inicial de Professores: Instituições, Classificações
dos Docentes e Tendências de Organização Curricular", das investigadoras
Sílvia de Almeida e Teresa Teixeira Lopo da Universidade Nova de Lisboa,
fez uma análise descritiva dos currículos dos cursos de formação inicial
de professores, apontando alguma heterogeneidade ao peso da componente
dedicada à educação inclusiva.

"Quanto às didáticas para a inclusão, identificaram-se unidades
curriculares, maioritariamente com regime obrigatório de frequência mas,
também, como disciplina de opção livre, com conteúdos dedicados às
necessidades educativas em todos as instituições de ensino. Contudo, as
abordagens orientadas para o trabalho específico em sala de aula com
crianças com necessidades de aprendizagem e necessidades educativas
especiais, são diferenciadas no seu alcance e abrangência, numa
perspetiva de educação inclusiva", lê-se no estudo, que apresenta
diferentes abordagens à questão, variáveis consoante a instituição.

No que diz respeito ao plano de estudos que vise a preparação para
trabalhar com crianças imigrantes, o documento aponta muito claramente
uma separação entre os currículos dos institutos politécnicos privados
que ministram formação inicial de professores, onde não existem
conteúdos programáticos sobre a matéria, e as universidades e
politécnicos públicos, onde não só existem como se articulam com outras
matérias.

Já em junho do ano passado, um parecer do Conselho Nacional de Educação
(CNE) sobre a formação inicial de professores alertava para a falta de
qualidade no que à educação especial diz respeito.

"A profusão de cursos de educação especial, com qualidade diversa e, por
vezes, duvidosa, sem qualquer regulação por parte da tutela, tem
permitido o acesso ao sistema educativo de docentes que não estão
preparados para intervir junto de crianças e jovens com NEE
[Necessidades Educativas Especiais] e que não dispõem do perfil
necessário para esta missão", lia-se no parecer.

Muitas especializações feitas a partir de pós-graduações apresentam uma
falta de qualidade que compromete as competências dos docentes de
educação especial, referiu David Justino, presidente do CNE, em
conferência de imprensa de apresentação do parecer.

Sobre os critérios de admissão a cursos superiores de docência, o estudo
descreve ainda os critérios de acesso em vários países, o estudo destaca
que os "sistemas mais performativos", como os da Finlândia ou de
Singapura, a seleção de candidatos à docência é feita à entrada para os
cursos, "de forma a selecionar os melhores", enquanto outros sistemas
realizam essa seleção à saída dos cursos superiores.

O estudo "Formação Inicial de Professores: Instituições, Classificações
dos Docentes e Tendências de Organização Curricular" é hoje apresentado
num seminário do CNE, na Universidade do Algarve, dedicado a este tema.

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